Plataforma comandada pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) reúne informações sobre biodiversidade e ecossistemas brasileiros
Sob curadoria de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPCCB), a Coleção de Animais de Interesse Médico (Anime) da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) passa a integrar o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr).
O SiBBr é a primeira plataforma nacional de dados e informações em biodiversidade que realiza a organização, indexação, armazenamento e disponibilização de dados e informações sobre a biodiversidade e os ecossistemas brasileiros. Coordenado pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), o sistema fornece subsídios para a gestão governamental relacionada à conservação e uso sustentável.
“O registro da coleção Anime no SiBBr é uma forma de trazer visibilidade a Fundação de Medicina Tropical, bem como ao acervo que possuímos para a população brasileira e internacional. Além disso, também temos os dados disponibilizados no Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (GBIF), uma rede internacional e infraestrutura de investigação financiada por governos de todo o mundo, com o objetivo de dar a qualquer pessoa, em qualquer lugar, acesso aberto a dados sobre toda a vida na Terra”, explica Jacqueline Sachett, pesquisadora responsável pela curadoria.
Anime
A Coleção de Animais de Interesse Médico da FMT-HVD foi instituída em 1985, por iniciativa do entomólogo Paulo Friedrich Bührnheim, e reúne exemplares da fauna brasileira, sobretudo amazônica, causadores de acidentes com animais peçonhentos, como: aranhas, escorpiões e serpentes. O acervo conta mais de 4.300 registros nos livros de entrada, sendo a maior parte de serpentes.
“Grande parte dos animais foram trazidos por acidentados atendidos no Pronto Atendimento (PA) da FMT-HVD, sendo a maioria dessas espécies peçonhentas", conta Sachett.
Para registrar o acervo no SIBBr foi necessário instituir a curadoria da coleção. Além da pesquisadora, o trabalho é realizado por Wuelton Monteiro, subcurador e diretor de Ensino e Pesquisa da FMT-HVD, e conta com o pesquisador Marco Sartin e os alunos de pós-graduação, Pedro Ferreira Gonçalves Bisneto e Victor Carlos Pardo Ratis da Silva, como assistente de curadoria.
O registro da coleção na plataforma é realizado individualmente, portanto agora o grupo segue realizando a triagem e a identificação prévia de todas as serpentes em via úmida, ou seja, as que estão conservadas em álcool. Nessa etapa são avaliados a integridade do material depositado e se o espécime tem ou não registro via número de tombo.
Os exemplares sem registro e sem dados de procedência que estiverem em boas condições serão mantidos para fins didáticos, e os que estiverem em mau estado serão descartados. “Com relação à adição de novos exemplares ao acervo, esses serão obtidos através dos pacientes envolvidos em acidentes quando eles trouxerem os animais para a FMT-HVD ou por meio de doações de pesquisadores”, finaliza a curadora.
FOTOS: Érico Xavier/Fapeam