De janeiro a maio de 2022, o serviço de Parque de Imagem da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), realizou 14.797 procedimentos, entre exames de imagem, biópsias e procedimentos médicos. Os exames de imagem são utilizados para o rastreio, diagnóstico, controle e avaliação da efetividade do tratamento contra o câncer.
A unidade hospitalar conta com moderno Parque de Imagem, que dispõe de um tomógrafo e um raio-X digital novos, que passaram a reforçar, no mês de maio, a realização de exames, além de elevar a capacidade instalada, conforme destaca a gerente do serviço de Imagenologia, enfermeira Janaína Dias. Segundo ela, o tomógrafo tem capacidade para realizar 1,5 mil tomografias, e o raio-X, 1,2 mil exames.
Segundo Janaína, o Parque de Imagem ainda conta com três aparelhos de ultrassom, um mamógrafo e um tomógrafo, além de atender os pacientes ambulatoriais, internados e do serviço de Urgência e Emergência.
“Em relação aos hospitais públicos do Amazonas, contamos com um dos melhores parques de imagem para o diagnóstico de câncer. Na análise das imagens, dispomos de seis médicos residentes de Imaginologia, os quais são acompanhados por dois médicos especialistas”, frisou.
Exame de imagem - Segundo o médico especialista em Radiologia, Sócrates Lote, os exames de imagem apresentam 99% de chances de diagnóstico positivo para o câncer. Ele pontua que o exame por imagem é consagrado mundialmente, por exemplo, para o diagnóstico precoce de câncer de mama por meio da mamografia, sendo adotado pelos Estados Unidos, Espanha, Brasil e Canadá.
“A mamografia é um procedimento estabelecido por meio de programa próprio do Ministério da Saúde (MS). Quanto mais precocemente chegarmos às lesões malignas, melhores são as chances de cura dos pacientes e, assim, evitarmos que a doença evolua e se espalhe para outras partes do corpo. Mas, mesmo com o exame de imagem com suspeição para câncer, deve-se realizar o exame complementar que é o citológico – exames das células – ou o histológico – dos tecidos”, informa o médico especialista.
O exame de imagem, destaca Sócrates, permite visualizar a lesão e se houve comprometimento da estrutura vizinha, bem como os órgãos próximos. Dessa forma, o cirurgião consegue planejar melhor a cirurgia. Ele diz que, caso haja um tumor, por exemplo, na vesícula biliar, a imagem mostrará se o câncer se espalhou para o fígado, cólon e duodeno, ou seja, se o tumor primário já causou metástase, sendo um dos grandes obstáculos para o tratamento oncológico.
Custo - De acordo com Sócrates, os serviços de imagem para o diagnóstico de câncer têm custo financeiro elevado, assim como o tratamento e a manutenção dos equipamentos, por serem especializados. Ele enfatiza que são aparelhos de milhões, a exemplo do tomógrafo adquirido pelo hospital, que teve custo de R$ 1.470.000.
A FCecon adquiriu um mamógrafo digital pelo valor de R$ 1,5 milhão, ao qual vem acoplado um aparelho de estereotaxia para a realização de biópsia de microcalcificações da mama, informa o médico especialista. Ele explica que as microcalcificações são o “cartão de visita” do câncer, que podem ou não ser malignas, sendo melhor visualizadas na mamografia.
Rapidez - Segundo o médico especialista, a aquisição era um anseio antigo dos profissionais do serviço de imagem, pois o aparelho permitirá a introdução de uma agulha ou contraste no seio para marcar o local das microcalcificações e, assim, realizar a biópsia na hora sem a necessidade de internação para o procedimento cirúrgico.
“Poderemos identificar se o tumor é benigno ou maligno, a extensão da lesão e, dependendo do resultado, a paciente é liberada para casa ou é imediatamente internada para a realização de cirurgia. Com isso, garantimos rapidez no atendimento e no diagnóstico do câncer de mama”, comemora Sócrates.
O exame de imagem é definido conforme o tipo de tecido do corpo a ser avaliado, e sempre que possível deve-se solicitar o exame de imagem que der maior resolução com o menor custo.
Conforme Sócrates, a ressonância magnética, por exemplo, é o melhor exame para tecidos moles, como para o sistema nervoso. Por isso, o exame solicitado pelo médico vai depender do tipo de tumor, a localização e os tipos de tecidos, além de menor custo e resolutividade.
FOTO: Ludmila Dias/FCecon