No Dia Internacional da Tireoide, celebrado nesta quarta-feira (25/05), a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) alerta para a importância dessa glândula para regulação da função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins, que garantem o equilíbrio do organismo.
“A tireoide é considerada uma das glândulas mais importantes do corpo humano, porque regula desde a parte cerebral, de raciocínio, de batimentos cardíacos e emoções. A glândula tem receptores basicamente em toda parte do corpo humano. Doenças que estão relacionadas a ela têm repercussão em toda parte do corpo humano”, ressaltou a endocrinologista Bruna Rodrigues, que atua no Centro de Atenção ao Idoso (Caimi) André Araújo, unidade da SES-AM.
Principais alterações - A médica explica que o não funcionamento adequado da tireoide pode produzir hormônios em excesso (chamado de hipertireoidismo) ou em quantidade insuficiente (denominado hipotireoidismo). O excesso hipertiroidismo acarreta um metabolismo acelerado, e os sintomas mais comuns são: batimentos cardíacos acelerados, tremores de mãos, agitação, emagrecimento, depressão e choro fácil, queda de cabelos, cansaço excessivo e insônia noturna.
No hipotireoidismo, o organismo funciona mais lentamente: o coração bate mais devagar, o intestino funciona lentamente, provocando constipação. Ocorre também a diminuição da capacidade de memória, cansaço e sonolência excessiva, dores musculares e articulares, pele seca, dificuldade de emagrecimento e aumento nos níveis de colesterol no sangue. Quando acomete crianças e adolescentes, pode afetar o crescimento.
De acordo com a endocrinologista, alterações hormonais ocorrem em qualquer faixa etária e a predisposição genética é a causa mais comum da falta ou excesso dos hormônios da tireoide. A médica destaca que é muito comum o surgimento de nódulos nesta glândula e que a incidência é maior em mulheres.
“Nódulo é o principal motivo da procura ao endocrinologista nos consultórios. O aparecimento é muito comum, 70% das mulheres no mundo desenvolvem em algum momento de suas vidas. Já não é tão comum assim em homem”, disse.
Tratamento - A orientação é buscar o primeiro atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para realização de ultrassom de tireoide e exames laboratoriais de rotina, incluindo a dosagem dos hormônios. Caso seja detectada alguma alteração hormonal ou a presença de nódulos, o paciente deverá ser encaminhado ao endocrinologista.
A partir do diagnóstico, o tratamento é prescrito conforme a avaliação das causas da doença em cada paciente. No hipotireoidismo, pode ser receitada a reposição hormonal para o correto funcionamento desta glândula. No hipertireoidismo, o tratamento é medicamentoso para reduzir o seu funcionamento e, em alguns casos, o uso de radiação para destruir a tireoide.
A endocrinologista orienta a realização de exames regularmente para diagnosticar precocemente alterações na glândula. O diagnóstico pode ocorrer pelo exame de sangue que avalia a dosagem sanguínea dos hormônios tireoestimulante (TSH) e T4 livre, além da ultrassonografia da tireoide.
“É importante, a cada dois ou três anos, a mulher fazer o ultrassom de tireoide para verificar a presença de nódulos. Fazer um check-up hormonal com regularidade anual também auxilia na detecção precoce de alterações hormonais e manutenção da qualidade de vida”, enfatizou a médica.
FOTO: Rodrigo Santos/SES-AM