O Governo do Amazonas supervisiona a segunda etapa da implementação do uso do tafenoquina para tratamento de malária vivax em Manaus. O tratamento tradicional do paciente com a doença dura de 7 a 14 dias. Com o novo medicamento, o tratamento é realizado em três dias. Manaus e Porto Velho (RO) são as primeiras cidades do mundo a utilizarem a medicação.
A iniciativa é do Ministério da Saúde e, no Amazonas, é ação integrada entre Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa/Manaus).
“Esse é um trabalho em conjunto entre as instituições e é importante para o tratamento mais célere desses pacientes com malária. O acompanhamento é feito desde a orientação dos profissionais de saúde até a resposta do paciente ao novo medicamento”, afirma o secretário de Estado de Saúde, Anoar Samad.
A supervisão do uso da tafenoquina na atenção à saúde em Manaus para tratamento da malária por Plasmodium Vivax em maiores de 16 anos, gera evidências para entender o potencial deste medicamento para tratamento das formas hepáticas da malária vivax. O Plasmodium vivax se aloja por mais tempo no fígado humano, dificultando a eliminação.
“Associados ao uso da cloroquina, o uso da tafenoquina pode fortalecer a ideia de eliminação da malária vivax no Amazonas, conforme acordado nas propostas da Organização Mundial da Saúde”, destaca a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
A segunda etapa da implementação do uso da tafenoquina inclui 13 unidades laboratoriais dos Distritos de Saúde da Semsa localizadas na zona rural de Manaus. Nessas unidades, além da utilização do medicamento, estão sendo operacionalizados o teste de G6PD (que mede a quantidade de glicose-6-fosfato desidrogenase) e identifica pacientes aptos ao tratamento com a tafenoquina.
Nessa etapa, a estratégia é evidenciar para o Ministério da Saúde como vai funcionar o tratamento da tafenoquina de forma prática em unidades de saúde de baixa complexidade a exemplo do que foi desenvolvido em unidades de saúde de média e alta complexidade.
“Essa segunda etapa é um complemento da primeira, onde foi aplicado o fluxo em unidades de saúde de média complexidade, como Serviço de Pronto Atendimento e Unidade de Pronto Atendimento”, segundo detalha a gerente de Doenças de Transmissão Vetorial – Malária do Departamento de Vigilância Ambiental (GDTV - Malária/FVS-RCP), Myrna Barata.
Iniciativa - Manaus e Porto Velho são as duas únicas cidades brasileiras selecionadas pelo Ministério da Saúde para participar do estudo sobre o uso da tafenoquina para o tratamento de malária vivax. A decisão de distribuição do medicamento para outros municípios depende de determinação posterior do Governo Federal.
Cenário – Em 2022, até esta terça-feira (15/02), foram registrados 3.939 casos de malária no Amazonas, sendo concentrados em São Gabriel da Cachoeira (787), Barcelos (416), Manaus (365), Guajará (221) e Coari (211). Em 2021, foram registrados 57.194 casos da doença. Em 2020, foram 58.907 casos.
FOTO: Lucas Silva/Secom