Novo boletim com situação epidemiológica foi divulgado durante o evento
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado e Saúde (SES-AM), realizou, nesta terça-feira (25/04), o VII Seminário Estadual Alusivo ao Dia Mundial de Luta contra a Malária para discutir o controle e as estratégias de eliminação da malária no Amazonas. O evento ocorreu no Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), na zona oeste de Manaus.
O evento é realizado na data em que é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Malária, com o intuito de aumentar a sensibilização sobre essa doença transmitida pelo mosquito Anopheles infectado com o parasita Plasmodium. O Amazonas assinou a carta de compromisso de eliminação da doença, junto ao Ministério da Saúde, pela qual é ratificada a meta de zerar a transmissão local até 2035.
"É mais um momento para trazermos à tona as discussões com relação às estratégias de fortalecimento, de prevenção e controle da malária. Temos um plano de eliminação da malária até 2035 e, para isso, precisamos discutir as estratégias e aqui, hoje, estamos trazendo pessoas do Ministério da Saúde, da gerência de endemias dos municípios para que consigamos alcançar essa meta de eliminar a malária em todo o Estado", destaca a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
O técnico da Coordenação de Eliminação da Malária pelo Ministério da Saúde, Geovani San Miguel Nascimento, destaca a importância do Amazonas intensificar as ações de controle da malária.
"No ano de 2022, nós lançamos o Plano de Eliminação da Malária e a Fundação de Vigilância em Saúde é de extrema importância para a gente mudar essa chave. Há muitos anos, estamos fazendo esse controle. Os municípios chegaram próximo a eliminar a malária, mas não viram essa chave para a eliminação. Então, esse evento é de grande importância para a gente mobilizar os gestores e a Fundação é uma grande parceira do Ministério da Saúde", destaca Geovani.
Representando os municípios do Amazonas, o secretário municipal de Saúde de Santa Isabel do Rio Negro, Rubens Albuquerque, destaca que o município (a 630 quilômetros de Manaus) realiza ações preventivas que são fortalecidas para reduzir índices locais. "Há dois anos, conseguimos a redução de 21%, e, no segundo ano (de gestão), de 11%. Nós saímos do ranking do Estado de terceiro lugar para sétimo lugar, a partir da redução dos casos de malária. Isso mostra que quando o trabalho é realizado, você consegue ter sucesso nas ações", destaca Rubens.
Representando as ações voltadas para a saúde indígena, o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Manaus, André Corrêa, destacou as ações realizadas na região do Dsei Manaus, que corresponde a 19 municípios, com mais de 303 mil quilômetros de extensão, é composta por 33 mil indígenas. "Para a gente, é um desafio fazer o controle da malária, porque a nossa realidade geográfica e territorial é bem diferente. Apesar desses fatores, a gente tem tido resultado satisfatório, porque somos considerados de baixa transmissão", ressaltou André.
Também presente no seminário, o gerente de endemias de Itacoatiara, Elielton de Macedo, se disse na expectativa para a eliminação da malária no município (a 176 quilômetros de Manaus). "Itacoatiara se encontra controlada. Viemos 2.534 casos no ano de 2017. Hoje, nós estamos com quatro meses sem notificações de casos autóctones. Então, é importante manter a vigilância" disse Elielton.
Livres de malária
Durante o seminário, a FVS-RCP reconheceu formalmente os municípios que estão sem registrar casos de malária por transmissão local nos últimos três anos: Barreirinha e Boa Vista do Ramos. Também foram reconhecidos os municípios que estão livres de malária, por Plasmodium falciparum, no mesmo período: Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Codajás, Parintins, Silves, Amaturá, Manaquiri, Urucará, Fonte Boa e Nhamundá.
A gerente de endemias de Barreirinha, Claudia Carneiro, que recebeu o reconhecimento de município livre de malária por Barreirinha (a 331 quilômetros de Manaus), demonstrou alegria diante da certificação. "É um reconhecimento muito grande para o município. A gente sabe das dificuldades. Então, ficamos muito felizes e é fazer continuamente as ações de educação em saúde, principalmente na zona rural, aquelas áreas de difícil acesso", destacou.
Situação epidemiológica
Nesta terça-feira (25/04), a FVS-RCP divulgou nova edição do Boletim da Situação Epidemiológica da Malária no Amazonas com a descrição da situação epidemiológica da doença no Amazonas no primeiro trimestre de 2023 comparada a igual período de 2022. Conforme o boletim, disponível no site da FVS-RCP, o comparativo entre o primeiro trimestre de 2023 e de 2022 apresenta redução de 22,73%.
Quanto à área especial das infecções, predominaram as infecções ocorridas em áreas indígenas, com 41,85% dos casos notificados, seguido da área rural (38,22%) e área urbana (7,33%). Referente a sexo e faixa etária, no 1º trimestre de 2023, predominou-se o sexo masculino, com 59,12% dos casos. A faixa etária mais atingida foi a de 10 a 19 anos, com 22,82% dos casos.
FOTOS: Roberto Carlos/Secom