Especialista explica que a identificação precoce da doença é fundamental para um tratamento bem-sucedido
Comemorado nesta terça-feira dia (11/04), o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson visa sensibilizar a população sobre cuidados com pacientes e o diagnóstico da doença. A Secretaria do Estado de Saúde (SES-AM) atende por meio das unidades especializadas no atendimento à terceira idade, com profissionais capacitados para diagnosticar e encaminhar o paciente para outras especialidades, conforme a necessidade.
A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas).
A geriatra Marília Lobo, do Centro de Atenção ao Idoso (Caimi) André Araújo, unidade da Secretaria do Estado de Saúde (SES-AM), alerta para os principais sinais e o tratamento com equipe multiprofissional.
“Às vezes a doença começa bem antes, a gente ainda não tem muitos avanços na questão de diagnóstico porque é clínico, pelos sintomas. Quais são os sintomas que caracterizam mais: o tremor é um deles, mas não é o principal e não é o mais precoce. O que a gente vê que é o mais precoce é essa lentidão de movimento, de coordenação. Além dessa lentidão de movimento, a gente tem os tremores, a instabilidade postural e aumento do risco de queda e a rigidez”, explicou a médica.
Principais sintomas
Os principais sintomas da doença de Parkinson são a lentidão motora (bradicinesia), a rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, os tremores de repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo quando comparado com o outro e, finalmente, o desequilíbrio. Estes são os chamados “sintomas motores” da doença, mas podem ocorrer também “sintomas não-motores” como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono.
De acordo com a especialista, existem os sintomas não motores também, como transtornos psicológicos e alterações intestinais. “Podem estar associados, por exemplo, a depressão, ansiedade, alteração de sono, insônia, pode ter alteração de hábito intestinal, constipação é muito comum do paciente também com Parkinson. Quando é abordado por uma terapêutica com a equipe multidisciplinar o resultado é muito melhor, o tratamento é muito mais eficaz”, ressaltou Marília.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da doença de Parkinson é essencialmente clínico, baseado na correta valorização dos sinais e sintomas descritos. O profissional mais habilitado para tal interpretação é o médico neurologista, que é capaz de diferenciar esta doença de outras que também afetam involuntariamente os movimentos do corpo. Os exames complementares, como tomografia cerebral, ressonância magnética, entre outros, servem apenas para avaliação de outros diagnósticos diferenciais.
A identificação precoce da doença de Parkinson e os cuidados após o diagnóstico clínico são ressaltados pela geriatra, dando ênfase ao acompanhamento multiprofissional para uma reabilitação de maior sucesso.
“A gente precisa o quanto antes do fisioterapeuta para tentar melhorar essa questão do movimento, dar melhor força, equilíbrio e resistência. Esses pacientes caem com muita facilidade e traz todas as consequências e agravos que tem o perigo das quedas”, disse a geriatra.
Serviço
Os Caimis André Araújo e Ada Viana, localizados nas zonas norte e oeste de Manaus, respectivamente, são unidades da rede estadual de saúde especializadas no atendimento à terceira idade. As unidades de saúde funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.
Nos Caimis o idoso passa pela enfermagem, serviço social, além do médico, clínico ou geriatra e pode ser encaminhado para a fisioterapia, psicólogo, fonoaudióloga e para nutricionista.
FOTOS: Divulgação/SES-AM